LINHAS CRUZADAS
Bolsonaro faz movimento de tudo ou nada para tirar vantagem de Lula, mas números seguem estáveis
Ilustração da chamada 'boca do jacaré, conceito político que mostra vantagem de um candidato sobre o outro. Quadro mudou pouco em relação a novembro do ano passado, representado na boca aberta do bicho
Que a derrama sem precedentes de dinheiros públicos que Jair Bolsonaro joga sobre o país vai fazê-lo encostar no adversário Lula até o petista mais aloprado já percebeu. Como é notório, o presidente manobra - e como manobra - em tentativa desesperada de evitar ser investigado e julgados pelos seus muitos crimes antes e no atual governo.
A julgar por dados de levantamento divulgado nesta segunda-feira (15), o cruzamento das linhas de ambos nas pesquisas eleitorais parece estar um pouco mais distante do que se imaginava na semana passada, quando o candidato à reeleição chegou a aparecer na condição de empate técnico com o ex-presidente Lula.
AUXÍLIOS
De toda sorte, se, e quando acontecer, esse empate entre os dois, pode acontecer ali por meados de setembro – com os efeitos, já concretos na vida das pessoas, desses muitos abonos e prebendas que o governo distribui em temporada eleitoral. Favores ao eleitor em plena campanha eleitoral era, até outro dia, proibido pela legislação do país.
A pesquisa BTG Pactual/Instituto FSB divulgada nesta segunda-feira (15/8) mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 45% das intenções de voto na disputa pela Presidência da República nas eleições de 2022. Jair Bolsonaro (PL) ficou com 34%.
Tudo como dantes, no quartel de Abrantes - com a novidade de que ficou sustada, por enquanto, a reação forte que Bolsonaro ameçava impor com as notícias do saco de bondades que distribui.
Lula, a despeito da escancarada tentativa de compra de votos e da máquina de espalhar mentiras do Gabinete do Ódio, chega mesmo a crescer 4 pontos percentuais na pesquisa, enquanto o presidente em busca da reeleição segue estagnado.
BOCA DO JACARÉ
O marketing político criou o conceito da 'boca do jacaré' (veja imagem ilustrativa acima com levantamento de novembro do ano passado). Bolsonaro precisa que o jacaré 'feche a boca', em movimento que reduz a diferença entre os dois candidatos na liderança.
O que se vê no entanto, e graças ao amplo conhecimento dos dois candidatos, é uma espécie de congelamento nos resultados das pesquisas, com pequenas flutuações para cima e para baixo - dentro da margem de erro. As intenções de votos para o presidente ganharam alguma tração com a saída do ex-juiz Sérgio Moto do páreo, mas, ainda assim, insuficiente para encostar em Lula.
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